[popeye] Olhos estão sempre atentos, não usa óculos nem lentes de contato. Os cabelos brancos denotam a idade avançada. O sorriso largo está sempre presente no rosto e o bom humor faz parte da vida de Bernadina Angeli Fagundes, moradora do bairro Colônia, em São João Batista. Pela aparência e pela vitalidade poucos acertariam a idade de Dinha, como é chamada. Ela completa nesta sexta-feira dia, 12 de abril, 100 anos.
Ela vive com a filha Terezinha Fagundes, de 65 anos e ainda tem disposição para trabalhar, mesmo aposentada há 38 anos. Bernadina não deixou o trabalho de lado, junto com filha faz estopas diariamente. “A minha vida não foi fácil”, afirma a centenária que ficou viúva com apenas oito anos de casamento. O esposo José Atanásio Fagundes faleceu aos 39 anos de idade, em decorrência de um câncer no dente. Da união teve três filhos, duas meninas e um menino, tem oito netos e cinco bisnetos.
Sem o companheiro criou os filhos sozinha e da roça tirava o sustento da família. “Eu plantava mandioca, milho e feijão tudo para comer”, recorda Dinha. Para aumentar a renda da família costurava para fora. Depois da lida com a terra, dedicava-se a produzir calças e camisetas.
O hábito de ir às celebrações da igreja não foi deixado de lado, pela idade. O filho Santino Fagundes, 62 anos, leva-a de carro sempre que pode. Ela participa das missas na Capela da São José, em Colônia e neste ano, esteve na procissão da sexta-feira Santa, na localidade vizinha, de Tijipió. Caminhou todo o trajeto a pé. Durante a semana não perde uma celebração, “assisto todos os dias a missa pela televisão”, conta. Desde que nasceu não morou em outro lugar e nunca quis sair da Colônia.
Para comemorar a passagem do centenário de Dona Dinha, a família preparou uma festa, no domingo, (14). Uma missa em Ação de Graças será celebrada, na capela de Colônia e reunirá os familiares e amigos dela.
Texto e foto: Marcia Peixe.