Santa Catarina tem 86 casos de coronavírus em 21 cidades, informou o governo do estado em entrevista coletiva nesta segunda-feira (23). A quantidade de notificações suspeitas não foi atualizada, sendo que até domingo (22) eram 410. Mais três municípios registraram diagnósticos da doença: Içara, Gaspar e Porto Belo.
O decreto de isolamento social, que terminaria nesta terça (24), será prorrogado por mais sete dias, começando a valer a partir de quarta (25), informou o governador Carlos Moisés em entrevista coletiva nesta segunda. O decreto ainda será publicado no Diário Oficial do Estado (DOE).
A recomendação do poder púbico é que a população fique em casa. O governo já decretou situação de emergência por causa da pandemia.
As cidades catarinenses com casos de coronavírus são:
Casos por município:
- Balneário Camboriú – 6
- Blumenau – 7
- Braço do Norte – 9
- Chapecó – 2
- Criciúma – 9
- Floiranópolis – 15
- Gaspar – 1
- Gravatl – 2
- Içara – 1
- Imbituba – 2
- Itajaí – 7
- Jaguaruna – 1
- Jaraguá do Sul – 2
- Joinville – 4
- Lages – 1
- Navegantes – 1
- Pomerode – 1
- Porto Belo – 2
- Rancho Queimado – 2
- São José – 4
- Tubarão – 7
Prorrogação do decreto
De acordo com Moisés, os efeitos do decreto inicial de situação de emergência terminariam nesta terça (24). “Uma vez publicado o novo decreto, os efeitos começam na quarta [25]. São mais sete dias, baseado nos critérios técnicos. Tem que continuar a questão do isolamento social, evitar o máximo a interação com as pessoas”, afirmou.
Em relação aos efeitos das restrições já aplicadas, o governador falou que os reflexos serão sentidos na próxima semana. “Por isso a decretação de mais sete dias, para que não tomemos decisões enquanto não tivermos reflexos e curvas que mostrem o desenrolar do contágio”, disse.
Na coletiva, o governador também afirmou que a medida que proíbe a circulação de ônibus coletivos interestaduais continua, já que se trata de uma barreira sanitária, e não de transporte. “Está bem alinhado com o governo federal. Conversamos com o ministro Tarcísio [Infraestrutura]. Ele enfatizou para não haver o fechamentos das cidades. No transporte interestadual, estamos mantendo a mesma posição”, afirmou Moisés.
Futuro
“Os nossos planos são de iniciarmos as tratativas para a convivência com o vírus”, disse o governador. A medida é para que os setores possam voltar ao trabalho normal aos poucos. Segundo ele, a ideia é “programar ações de forma segura, ouvir mais os setores, os bancos, os restaurantes, e construir uma modelagem que não exponha o catarinense ao risco, mas que possibilita a convivência com o vírus”.
“O contágio é praticamente inevitável ao longo do tempo. O que queremos evitar é o contágio de idosos e também o contágio em massa, porque assim a demanda por serviço de saúde é muito intensa e há colapso do sistema”, disse Moisés. “Não podemos criar outra crise, de desemprego, desabastecimento ou econômica, faltar com o pagamento dos servidores”, completou.
“Aliado às medidas do governo federal e as medidas do pacote econômico que estamos lançados para ajudar pequenos e médios empresários e também linhas de financiamento, juros subsidiados pelo governo, a gente pretende fazer com que as pessoas trabalhem para manter o emprego, fazer rodar o mercado, o comércio, convivendo com o vírus”, disse.
Pacientes
Ainda não há registro de pessoas curadas da doença no estado, disse o secretário de Saúde Helton Zeferino, e existem pacientes em unidades de terapia intensiva (UTI) com quadro pulmonar que requer atenção. “Essa doença tem a capacidade de atingir tecido pulmonar e provocar lesões especificas”, disse.
O perfil dos pacientes com Covid-19 em Santa Catarina ainda é analisado, afirmou Zeferino, sendo a maioria dos casos mais graves sendo de idosos, assim como nos demais países. Entretanto, ele ressaltou que tem pacientes na UTI com “faixa etária mediana”, os adultos.
Na coletiva, o secretário voltou a afirmar que o objetivo do governo é abrir leitos em hospitais já em funcionamento. Também são avaliados novos espaço, hospitais de campanha, que podem ser montados rapidamente, e hospitais modulares, construídos em 30 dias.
Vacina da gripe
Sobre a vacina da gripe, o secretário afirmou que já foi feita a distribuição de doses já recebidas e que já foi feito novo pedido para o Ministério da Saúde. “O ministério nos sinaliza que está trabalhando na sua logística para que possamos vacinar a população-alvo”, disse o secretário.