Campeão da Copinha em 2016 pelo Flamengo, Dener era uma das grandes promessas do clube ao lado de Lucas Paquetá, Felipe Vizeu e Léo Duarte, todos companheiros de conquista. No entanto, ele conviveu com lesões que o fizeram se aposentar aos 23 anos. E a saída de maneira precoce rendeu muitas críticas ao clube carioca.
Em post feito no Instagram, o ex-zagueiro soltou o verbo contra o departamento médico do clube rubro-negro. Segundo ele, uma cirurgia no joelho, feita em 2017, trouxe um drama para a carreira. Durante a recuperação, Dener disse que relatava para os médicos do clube que sentia uma frouxidão no joelho. Os profissionais diziam que era algo normal.
Ainda assim, Dener continuou o processo de recuperação. Cinco meses após a cirurgia, ele fez o processo de transição. No entanto, o mesmo problema o incomodava: a frouxidão no joelho. Durante esses trabalhos, ele acabou tendo uma entorse leve no joelho e sentiu muita dor. Novamente, o ex-zagueiro fez novos exames, mas os profissionais do departamento médico do Flamengo repetiam o discurso de normalidade.
Com o joelho inchado, Dener regrediu no tratamento e saiu do período de transição. Sem o inchaço, ele voltou a fazer transição, mas acabou sofrendo com a mesma frouxidão no local. Emprestado pelo Figueirense, ele retornou ao clube catarinense. Chegando em Florianópolis, o departamento médico do Figueira fez um exame no joelho de Dener e constatou que o atleta estava sem o ligamento cruzado do joelho. Em entrevista ao jornal O Dia, Dener desabafou.
“No começo de 2018, me colocaram para treinar junto com o grupo, mesmo com aquele problema e incômodo, e eu a todo momento relatando. Fiz treinos no profissional. Fiz jogo amistoso no profissional sentindo bastante dores. Sentindo incômodo e frouxidão. Mas, como te falei, fiz exames e me passaram que estava tudo certo. Como eu estava sem espaço e acabava o meu contrato, o Figueirense solicitou a minha volta”, disse Dener, explicando a situação.
“Cheguei ao Figueirense e foram me avaliar. Eu passei essa situação do meu joelho, observaram essa situação, acharam estranho e pediram um exame. E foi aí que veio a surpresa. Eu estava sem o cruzado, treinando há oito meses com o cruzado rompido, como se não tivesse feito a cirurgia. E depois, pegamos exames feitos em 2017, apontava que o cruzado estava mal visibilizado, onde qualquer médico ortopedista que pegasse para analisar, viria que precisaria de uma nova cirurgia. Isso não foi passado para mim na ocasião”, completou.
Por conta disso, Dener foi devolvido ao Flamengo pelo Figueirense. No Rio de Janeiro, ele foi aconselhado a fazer uma nova cirurgia no joelho. Só que isso aconteceu em 2018, durante a pausa da Copa do Mundo. Segundo Dener, o clube estava em recesso, o que fez com que ele ficasse 20 dias sem mexer o joelho, sem nenhum acompanhamento de um profissional do clube.
“Então, cheguei ao Figueirense, os médicos não me aceitaram, pois estavam com o ligamento rompido e estava treinando mesmo assim. Voltei ao Flamengo e conversaram comigo para não fazer uma nova cirurgia, pois falaram que eu estava treinando há muito tempo e eu iria acabar perdendo muito tempo. Eu pedi para fazer, e a cirurgia acabou sendo realizada. Fiz o tratamento no clube, mas, mesmo assim, eu vinha apresentando falta de flexibilidade no joelho. Eu fiz essa segunda cirurgia na época da Copa do Brasil de 2018. Então o clube estava de recesso. Fizeram a cirurgia e me deixaram de 15 a 20 dias sem mexer o joelho, sem ter o fisioterapeuta para acompanhar. A princípio, iam me oferecer uma clínica de fisioterapia, mas dois dias antes da cirurgia me passaram que era para ficar de repouso em casa. Isso fez o meu joelho ficar duro. Muito duro. Isso causou uma fibrose muito forte. Isso foi descoberto alguns meses já no Figueirense treinando”, disse Dener.
“Fiz uma nova cirurgia já no Figueirense, fiz uma limpeza, a fibrose já tinha pego a cartilagem também. Causou um problemão… meu ligamento cruzado, que tinha sido operado, já estava frouxo também. Eles tinham mexido no meu canto postoraletal. É muito chato eu falar isso, mas não posso deixar passar, pois acabou com a minha carreira”, finalizou.
Segundo Dener, a primeira cirurgia foi feita por um profissional do Flamengo. A outra acabou sendo feita por um especialista de fora do clube, mas que operava os atletas do time carioca com frequência. Ele preferiu não citar nomes.
O jornal O Dia, que publicou a matéria com Dener, procurou o Flamengo, que preferiu não se manifestar sobre o assunto.
Fonte: Espn