Faleceu na noite deste domingo, dia 09, por volta das 20h00, Bernardina Angeli Fagundes, de 108 anos. Dona Dinha como é conhecida, ainda trabalhava e irradiava paz e alegria no “Berço da Imigração Italiana no Brasil”.
Ela era viúva e residia no Bairro Colônia Nova Itália em São João Batista. Dona Dinha nasceu no dia 12 de Abril do ano de 1913 e era considerada uma das pessoas mais idosas do estado. Ela deixa 03 filhos, 08 netos e 09 bisnetos.
HISTÓRIA
Vinda à luz em 12 de abril do ano da graça do Senhor de 1913, fruto da união matrimonial de Maria Augusta Pera com o imigrante italiano Agostino Fidelle Angeli. Dona Dinha, a mais nova entre 10 irmãos, ficou órfã de pai aos oito anos. Sempre residiu na Colônia Nova Itália, em terras que pertenceram aos seus avós maternos, os imigrantes italianos Maria Gambetta e Giuseppe Pera.
Do sacramento do Matrimônio celebrado com José Anastácio Fagundes, Bernardina Angeli Fagundes deu à luz Maria Fagundes Gonçalves, Terezinha Angeli Fagundes e José Santino Fagundes. Vitimado por câncer que destruiu parte de sua face, dona Dinha ficou viúva aos 37 anos, com três filhos pequenos para criar, tendo o mais novo apenas 1 ano e 1 mês.
Força de vontade e trabalho
Força de vontade e trabalho marcaram a mais que centenária história de vida de Bernardina. Mesmo com a idade avançada ela ainda não parou de trabalhar. Junto da filha Terezinha confecciona estopas, tecidos sobrepostos costurados e utilizados para limpeza. O trabalho exige bastante paciência. Pedaço a pedaço, delicadamente, ela dispõe dos pequenos tecidos num pano maior. Dobra e empilha na mesa. A costura era feita na própria casa.
Em entrevistas feitas a alguns anos, dona Bernardina recordou que, anteriormente, trabalha na roça, “onde eu plantava milho, feijão, mandioca”. E com um sorriso estampado no rosto, lembra que “meu pai morreu, casei, fiquei viúva aos 37 e tinha as crianças para alimentar. O sogro mandou dar os filhos, porque dizia que eu não dava conta de cria-los. Fiquei até 80 anos na lavoura e estão todos criados”.
De boa memória, ela sempre lembrava detalhes da vida sofrida. O maior segredo de “durar tanto”, como ela mesma diz, está nos calos das mãos. Medo da morte ela nunca teve. Pelo contrário, dizia que estava pronta, caso o “povo do céu”, necessite chamar por ela.
Aos seus 108 anos, a veneranda dona Dinha conta que “acordo às 6h, tomo café feito no fogão à lenha e começo a trabalhar. Nós também criamos galinhas e pintos, temos muito o que fazer. Não sei qual o segredo para viver bem e feliz, quem manda na minha vida é Deus”, relata. E arrematou: “Vou até onde Deus quiser”
Reconhecimento e homenagens
Diversas pessoas prestaram ao longo da vida de Dona Dinha suas homenagens através de fotos vídeos, em meio a sociedade ela também nunca foi esquecida, seja através da câmara de vereadores ou pela administração recebeu homenagens. Na primeira Festa Típica Italiana, realizada pela Associação dos Descendentes e Amigos do Núcleo Pioneiro da Imigração Italiana no Brasil – ADANPIB, em 12 de novembro de 2017, durante a Santa Missa, também foi prestado emocionante homenagem à veneranda Bernardina.
Fotos: Divulgação Redes Sociais e Acervo/Família