O Comando-Geral da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) anunciou o encerramento do projeto de câmeras corporais na segunda-feira, 16. A decisão foi tomada com base em um relatório do Estado-Maior-Geral, que apontou a necessidade de descontinuar o uso dos equipamentos e iniciar a busca por novas soluções tecnológicas mais adequadas aos interesses da corporação e à preservação da Ordem Pública.
Com a conclusão do atual projeto, foi determinado o recolhimento e baixa de todos os equipamentos ainda em operação. A partir dessa nova análise, a PMSC pretende desenvolver uma proposta para viabilizar alternativas de financiamento e manutenção, garantindo, de forma eficiente, o registro de imagens das ocorrências policiais.
Segundo o comandante-geral da PMSC, coronel Aurélio José Pelozato da Rosa, a decisão foi embasada nos dados apresentados pela Diretoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (DTIC), que monitorou o projeto desde 2022. “Os aparelhos e o software utilizados pelas atuais câmeras não atendem mais à realidade da PMSC”, afirmou o coronel Pelozato.
Problemas técnicos e desafios financeiros
O relatório destacou diversos problemas técnicos, como a obsolescência dos equipamentos e do sistema, além da incapacidade de realizar a manutenção adequada. A DTIC também apontou vulnerabilidades de segurança que comprometem a cadeia de custódia das provas obtidas por meio das imagens, com risco de invasão e adulteração dos registros. Além disso, a empresa contratada para realizar a manutenção dos aparelhos deixou de prestar o serviço, impossibilitando o conserto de muitos dispositivos.
Outro ponto levantado foi o impacto financeiro. O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), responsável pelo aporte financeiro inicial, encerrou sua participação no projeto, deixando a PMSC sem recursos para a continuidade do programa, que havia sido iniciado em 2019.
Plano Estratégico de Comando 360º
A PMSC, por meio do Plano Estratégico de Comando 360º, que visa melhorias até 2033, busca elevar o nível de desempenho e eficiência da corporação, atualmente classificada como PMSC 5.0. O coronel Pelozato destacou a importância da evolução contínua e do investimento em tecnologias que possam atender às necessidades da corporação por um período mais longo e com maior eficácia.
“Devemos evoluir em cada processo. As câmeras corporais são mais um dos equipamentos que o policial militar utiliza no seu dia a dia. E por depender da tecnologia, devemos buscar uma solução mais atualizada”, concluiu.
POLÍCIA MILITAR DE SANTA CATARINA