Santa Catarina amanheceu congelada nesta terça-feira (1º), em meio a um dos episódios de frio mais intensos dos últimos anos. As imagens de campos e telhados cobertos de branco, as rajadas de vento cortantes e os termômetros despencando ganharam destaque em várias regiões do estado — da Serra ao Litoral.
Em Bom Jardim da Serra, os termômetros marcaram impressionantes -7,1°C, com sensação térmica ainda mais baixa em áreas de maior altitude. A noite de segunda-feira (30) foi marcada pela queda de neve, registrada também em cidades como São Joaquim, Urupema e Urubici, todas com altitudes acima de 1.500 metros. Nas redes sociais, moradores compartilharam vídeos e fotos dos flocos cobrindo o chão, encantando quem vive e quem visita a região.
Enquanto a neve era o destaque nas montanhas, o frio não deu trégua nem mesmo no litoral. Em Balneário Camboriú, Itajaí e Navegantes, os termômetros chegaram aos 4°C no amanhecer. Para quem está acostumado a temperaturas mais amenas à beira-mar, o frio pegou de surpresa e exigiu reforço nos agasalhos e cuidados com a saúde.
A Defesa Civil de Santa Catarina emitiu alertas para os riscos associados às baixas temperaturas, como casos de hipotermia e agravamento de doenças cardiorrespiratórias, especialmente entre os mais vulneráveis. Em Balneário Camboriú, a prefeitura intensificou o trabalho das equipes de abordagem social, oferecendo auxílio à população em situação de rua e reforçando ações de acolhimento.
Além do frio, outro elemento adiciona tensão ao início do mês: a atuação de um ciclone extratropical, que deve ganhar força até quarta-feira (2). O fenômeno traz consigo ventos de até 60 km/h e ondas que podem chegar a 3 metros no alto-mar, principalmente entre o Litoral Sul e a Grande Florianópolis. No Litoral Norte, a expectativa é de mar agitado, com ondas de até 2,5 metros, mas com risco menor de ressaca.
A previsão é que o frio continue ao longo de quarta-feira, com mínimas ainda bastante baixas. A partir da tarde de quinta (3), as temperaturas devem começar a subir, ainda que de forma tímida.
Julho começou com força total no quesito inverno. Entre neve, geada, ventos fortes e mar revolto, o catarinense vive um verdadeiro combo climático — e, ao que tudo indica, ainda não será o fim da história.