Balneário Camboriú, Blumenau e Joinville iniciaram nesta quarta-feira (27) a liberação de mosquitos Aedes aegypti modificados com a bactéria Wolbachia, uma estratégia inédita no combate à dengue, zika e chikungunya em Santa Catarina. Diferente do tradicional fumacê, que elimina os insetos, desta vez o “carro do mosquito” espalha mosquitos que não transmitem essas doenças.
O método funciona da seguinte maneira: os mosquitos liberados carregam a Wolbachia, que impede a transmissão de vírus. Quando se reproduzem, passam a bactéria aos filhotes, reduzindo gradualmente a capacidade da população de transmitir doenças. Em Joinville, que já enfrentou altos índices de dengue, os casos caíram de mais de 20 mil para cerca de 800 no mesmo período em relação ao ano passado.
A iniciativa será aplicada em 15 bairros de Joinville, 11 de Blumenau e quatro de Balneário Camboriú, com todos os mosquitos produzidos em uma biofábrica localizada em Joinville. Segundo Gabriel Sylvestre, gerente da Wolbito do Brasil, o impacto mais significativo deve ser observado nos próximos anos, com monitoramento contínuo da população de mosquitos.
Autoridades de saúde reforçam que a técnica não substitui as medidas preventivas tradicionais. A população ainda deve eliminar focos de água parada, como caixas d’água, pneus, calhas, lajes e pratos de vasos de plantas. A vacinação contra a dengue, disponível para o público-alvo, segue sendo parte da estratégia.
Em 2025, Santa Catarina registrou 27.081 casos prováveis de dengue e 17 óbitos confirmados, com uma queda de 92% nos casos em relação ao mesmo período de 2024. Com a chegada do “carro do mosquito”, as autoridades esperam reduzir ainda mais os números, reforçando a luta contra uma doença que continua a afetar milhares de pessoas no estado.