Trajeto, de São Pedro de Alcântara a Nova Trento, foi realizado por integrantes da Associação Amigos do Caminho de Santiago de Compostela de Florianópolis (ACACSC) entre os dias 11 e 14 de setembro
Entre os dias 11 e 14 de setembro de 2025, peregrinos da Associação Amigos do Caminho de Santiago de Compostela de Florianópolis (ACACSC) realizaram o Caminho dos Milagres, trajeto de aproximadamente 100 quilômetros que liga São Pedro de Alcântara a Nova Trento, com destino final no Santuário de Santa Paulina. O percurso, que atravessa municípios como Angelina, Major Gercino e São João Batista, não possui sinalização oficial e foi mapeado pelo idealizar da ACACSC, o batistense Talmir Duarte da Silva.
A caminhada, realizada ao longo de quatro dias, teve início em São Pedro de Alcântara, primeira colônia alemã de Santa Catarina, passando por rios, casarões antigos e pontos históricos. No segundo dia, os peregrinos receberam a bênção na Igreja de Angelina e seguiram pelo entorno da Barragem do Garcia, até chegar a Major Gercino.
No terceiro dia, o grupo percorreu 27 quilômetros até São João Batista, enfrentando estradas de barro, cruzando plantações e atravessando uma ponte pênsil sobre o rio Tijucas. O trajeto também incluiu uma visita ao bairro Colônia Nova Itália, a primeira colônia de imigrantes italianos no Brasil.
O último trecho, até Nova Trento, levou os caminhantes até o Santuário de Santa Paulina, ponto de chegada marcado por natureza preservada e manifestações de fé. A presença de São João Batista em diferentes roteiros de peregrinação, como o Caminho dos Milagres, evidencia o potencial do município como destino de turismo religioso. A cidade, já reconhecida por sua história ligada à imigração e à devoção popular, consolida-se como parte de circuitos que unem espiritualidade, cultura e natureza.
Conforme relata uma das peregrinas, a canelinhense Márcia Reis Bittencourt, pequenos gestos de solidariedade ao longo do caminho reforçaram o espírito de partilha que caracteriza a experiência.
“Percorrer o Caminho dos Milagres é ouvir a natureza falar em línguas invisíveis. Cada passo ensina que o milagre não está no fim da jornada, mas em sentir cada instante, cada pedra, cada riacho e cada gesto de bondade. São mais de 100 quilômetros que nos revelam que o maior destino é o reencontro com nós mesmos”, analisa.







