Os crimes ocorreram em maio e chocaram a comunidade local pela brutalidade dos executores, que após matarem as vítimas com extrema crueldade carbonizaram um veículo com os quatro corpos dentro
Após extensa investigação realizada pela Polícia Civil local e também pelo Gaeco, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), por meio da 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de São João Batista, ofereceu denúncia contra quatro pessoas acusadas de participação em um homicídio quádruplo ocorrido em maio deste ano. O crime, de extrema brutalidade, foi cometido no bairro Timbezinho por dois homens e envolveu, além da execução das vítimas, a posterior ocultação dos corpos, que foram carbonizados, dentro de um veículo incendiado.
De acordo com a denúncia, dois dos denunciados teriam atraído as vítimas até o local e as executado com golpes de faca, pedras e pedaços de madeira. Uma das vítimas estava com a cabeça decapitada quando foi encontrado dentro do veículo. O crime teria sido praticado de forma cruel, por motivo fútil e mediante surpresa, impossibilitando qualquer reação. Após as mortes, outros dois réus teriam fornecido apoio material, cedendo veículo, combustível e suporte logístico para o transporte e a incineração dos corpos.
Atualmente, dois dos réus encontram-se recolhidos em presídios – um em Taquara, no Rio Grande do Sul e outro em Tijucas, em Santa Catarina. Um acusado responde em liberdade e outra está foragida da Justiça.
A Promotora de Justiça Ana Luisa de Miranda Bender Schlichting, responsável pelo caso, destacou a importância da atuação firme do Ministério Público diante da gravidade dos fatos:
“Este é um caso que choca pela crueldade e pelo desprezo à vida humana. O Ministério Público está empenhado em assegurar que todos os envolvidos sejam levados a julgamento e responsabilizados na medida da lei. Nosso papel é dar voz às vítimas e garantir que a Justiça seja feita”, afirmou.
Agora, com o recebimento da denúncia pelo Poder Judiciário, a ação penal foi iniciada e ao final, sendo pronunciados, serão submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri.
Relembre o caso
Na noite de 17 de maio, moradores do bairro Timbézinho acionaram o Corpo de Bombeiros após avistarem um incêndio de grandes proporções. No local, quatro corpos carbonizados foram encontrados dentro de um automóvel.
Dois dias depois, em 19 de maio, as polícias Civil e Militar identificaram uma área de mata como possível local de execução das vítimas, a cerca de dois quilômetros de onde o carro foi incendiado.
As vítimas foram identificadas como:
- Gabriel de Azevedo Pereira, 19 anos, natural de Porto Alegre (RS), residente em São João Batista;
- Gabriel Salomão de Sousa, 19 anos, natural de Tijucas (SC), residente em São João Batista;
- Guilherme Vinicius Bittencourt, 17 anos, natural de Gravataí (RS), residente em São João Batista;
- Tieisson Ramon de Oliveira, 36 anos, natural de Estância Velha (RS), residente em São João Batista.
Prisões durante a investigação
Ao longo das apurações, a Polícia Civil de São João Batista, com apoio da Polícia Militar e do GAECO, realizou prisões em diferentes momentos:
- 25 de junho: dois homens foram presos em São João Batista durante operação conjunta.
- 8 de julho: um homem de 30 anos, foragido do Presídio de Chapecó, foi capturado em Barra Velha.
- 28 de julho: dois homens de 39 e 29 anos se apresentaram à Delegacia de Taquara (RS) diante do cerco policial.
- 15 de setembro: o GAECO de SC e do RS recapturou um investigado na cidade de Taquaras (RS).
Essas prisões ocorreram no decorrer das investigações, mas o Ministério Público ofereceu denúncia contra quatro pessoas, que agora respondem formalmente pelo quádruplo homicídio e ocultação de cadáver.
Fotos: Eduardo Silva/Rádio Clube