Quem passa pela Rodovia SC 410, na localidade de São Luis, não percebe o dilema em que vivem os moradores. Ao cruzar o trecho você encontra dois portais que identificam os limites entre municípios de São João Batista e Nova Trento. É exatamente neste trecho, que o duelo tem início. Uma comunidade entre duas cidades que reivindicam a posse do território.
Entre a população o sentimento de inquietude prevalece. Não sabem ao certo, porque existe esta disputa e quais motivos que levam as duas prefeituras à ingressar judicialmente para requer o direito de posse. Uns temem pelo interesse econômico, o de transformar os terrenos rurais em urbanos e assim passar a recolher IPTU. Outros, porém esperam que uma decisão definitiva seja tomada. O município que obtiver este direito deve prestar os serviços públicos dignamente, sem que os moradores precisem implorar por atendimentos.
Outra questão que tira o sono das pessoas que residem nesta comunidade, é em relação às escrituras de terras. Os moradores se questionam. Essa mudança territorial implicaria na alteração dos documentos? Quem arcaria com os custos? O empasse entre Nova Trento e São João Batista, provocou também ao longo dos anos uma ruptura na identidade cultural daquele povo. Afinal são neotrentinos ou batistenses?
Nova Trento oferece à população o acesso a educação, grande parte dos alunos estudam em Nova Trento, no ensino fundamental e médio e oferece também transporte escolar. Já na saúde o município não atende a comunidade, restringe o atendimento até o portal turístico. São João Batista disponibiliza os serviços como saúde, água, recolhimento de lixo e educação, mas segundo os moradores deixa a desejar quando o assunto é qualidade de atendimento. Este problema por sua vez, não diz respeito apenas a administração atual, é uma situação que vem se repetindo ano a ano, eleições pós – eleições.
Neste momento, os moradores desejam apenas, que o conflito seja resolvido, porque não foram eles que iniciaram essa discussão. Eles estão no meio de cabo de guerra e temem que a corda arrebente para o lado mais fraco, o deles.
Texto: Marcia Peixe.