Uma programação especial realizada na comunidade Bethânia em São João Batista marcou o início do processo de beatificação de padre Léo, falecido em 2007, fundador da entidade que visa acolher pessoas sofridas que desejam transformas as suas vidas.
O processo de beatificação do Padre Léo começou em outubro de 2017, quando os padres Vicente, Lúcio e Elinton visitaram o bispo da Arquidiocese de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck. Durante a conversa, foi explícita a vontade de tornar Léo um beato, pedido que foi aprovado pelo arcebispo.
Após esta etapa foi criado o Instituto Padre Léo, entidade responsável pela coleta dos testemunhos dos milagres para depois serem encaminhados ao processo de beatificação e, indicado o Pe. Lúcio Tardivo, como autor da causa, que acompanhará todos os trâmites.
Fiéis de varias partes do Brasil compareceram no sábado (07) em Bethânia para acompanhar os eventos do dia, em especial, a santa missa presidida pelo Arcebispo da Arquidiocese de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jonck.
O processo
Um candidato à santidade percorre um longo e burocrático caminho até que o vaticano o declare santo. Inquérito arquidiocesano, virtudes, fama de santidade, testemunhos de pessoas que conheceram padre Léo ainda em vida e, milagres, são alguns dos critérios exigidos e apurados durante todo o processo que pode levar anos.
Uma coletiva de imprensa foi realizada para dar mais esclarecimentos sobre o assunto. Padre Lúcio Tardivo, Dom Wilson Tadeu Jonck e o italiano Paolo Vilotta – postulador da causa, responderam a diversos questionamentos relacionados ao tema. “O santo papa dará a última palavra, mas, antes de chegar a Roma, tem ainda o estudo da Congregação dos Santos de teólogos, cardeais e bispos. Depois do parecer deles é que será feito o pedido de venerabilidade de padre Léo” – explica Paolo.
Para o padre Lúcio Tardivo – autor da causa de Bethânia, mais do que ser reconhecido santo, o que realmente importa para todos os admiradores da obra de Léo é o sentimento de que o idealizador de Bethânia esta vivo dentro de cada um. “Não é o reconhecimento que vai nos dizer que ele é santo ou não, nós acreditamos na sua santidade. O que acrescenta na sua obra é que, com um decreto oficial da igreja, podemos dizer que ele é um modelo de caminho que conduz a Cristo” – comentou Tardivo.
Já para Dom Wilson, a santidade de padre Léo vai permitir que ele seja cultuado e invocado publicamente, sendo colocado como um modelo de vida pela igreja. “Padre Léo começou em um determinado tempo da sua vida a se enveredar cada vez mais para as coisas de Cristo. Não importa de onde a pessoa parta. É sempre possível chegar a uma união com Cristo” – disse Dom Wilson.
O momento mais emocionante do dia foi quando os restos mortais de Padre Léo foram conduzidos até o palco onde estava montado o altar da celebração religiosa. Muitas pessoas ficaram emocionadas e tentavam colocar a mão na urna funerária. Logo após a missa, o traço remanescente do corpo de padre Léo voltou para o memorial da comunidade para a devoção dos fieis. Um show com o cantor gospel Tiago Brado encerrou a programação.
Cerca de 5 mil pessoas eram aguardadas em Bethânia. Os organizadores do evento ainda não informaram o numero oficial de fiéis presentes.