Na próxima sessão ordinária entrará para votação o pedido de abertura de investigação da acusação do vereador licenciado utilizar da influência do cargo para processar o próprio município, em favor de um loteamento da família.
A sessão ordinária da Câmara de Vereadores de São João Batista de segunda-feira, 02, teve na pauta a votação de dois projetos, ambos aprovados por unanimidade. Foi sorteada a nomeação da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, sendo o vereador Edésio Pedrinho Tomasi eleito presidente, Teodoro Marcelo Adão como relator e Nelson Zunino Neto vogal.
Correspondências recebidas
Nas correspondências recebidas o que chamou a atenção foras duas ações de uma mesma pessoa, a cidadã Seloir da Silva, propondo denúncia, com fundamento no art. 7º, I e III, do Decreto Lei n.º 201/1967, em face de Gustavo Grimm, Vereador da Câmara de Vereadores de São João Batista/SC. Recebida em 20 de setembro de 2022 de forma presencial na Câmara Legislativa. Nela Seloir relata que o vereador utiliza a influência do cargo para processar o próprio município, em face de um loteamento da família, no bairro Tajuba I. Em razão de condutas praticadas pelo parlamentar, caracterizadoras como infrações ao dever, à ética e ao decoro parlamentar, com vistas a cassação do mandato, diz o texto. No entendimento dela, Grimm não poderia estar advogando neste caso, pois é vereador no município, o que é vedado.
Vale destacar que Gustavo Grimm está licenciado do cargo de vereador, com aprovação por unanimidade do plenário, e, essa não é a primeira vez que o edil se afastou para cuidar do processo familiar, tendo em vista que o mesmo é advogado e ele tem o entendimento de que não estaria na função de vereador, ou seja, não há nenhum impedimento.
Porém, o que surpreendeu a todos foi o envio de um e-mail para a Câmara Legislativa na noite de sexta-feira, 29, às 21h45, que a mesma enviou uma declaração com a desistência da denúncia de cassação assinada por ela contra o vereador Gustavo Grimm. Na declaração consta que a mesma foi induzida a assinar o pedido de cassação, que não sabia o que estava fazendo. Vale lembrar que além dos dados pessoais dela como, número e cópias de RG, CPF haviam cópias de comprovante de residência, entre outros. O que fica nas entrelinhas que a mulher pode ser servido de ‘laranja’, para o caso e se arrependeu.
O presidente Mário Antônio Garcia Teixeira colocou em votação em plenário se os edis eram favoráveis ou contrários a aprovação da retirada da denúncia, tendo em vista a gravidade do teor, com acusação de supostos subornos a procuradora do município, Neiva Cordeiro, com a troca de próteses dentárias por liberação de referido loteamento. Porém esse caso já repercutiu em grupos de whatsapp há mais de um ano, além do caso de processar o município.
Apenas a vereadora Juvina Mara Bueno foi favorável a retirada da denúncia. Vale lembrar que Mara é a suplente que está na vaga do vereador Grimm, os demais foram contrários ao arquivamento. Na próxima sessão ordinária de segunda-feira, 09, a denúncia entrará em votação. Caso aprovada, será feita uma comissão especial de investigação do caso, onde será eleito por meio de sorteio o presidente, relator e vogal. Os suplentes não podem participar da comissão.
Em entrevista ao Jornal Correio Catarinense, na edição que circulou na sexta-feira, 29, Grimm deu a seguinte declaração: “Sou uma ameaça para os corruptos batistenses, querem me cassar de toda a maneira, com medo das eleições em 2024”. Ele teceu duras críticas a diversas situações da administração municipal atual e também da passada.
FONTE: Olho Vivo can