O governador Raimundo Colombo autorizou a realização de concurso público para a contratação de mais 1.500 policiais militares, além da contratação de 60 oficiais e a realização de curso de aperfeiçoamento para mil policiais do efetivo da Polícia Militar de Santa Catarina. Também autorizou concurso para a contratação de 300 agentes penitenciários. Os anúncios foram realizados em coletiva à imprensa após o quinto dia de ataques em Santa Catarina. Colombo reiterou que o Governo do Estado continuará dando a mesma resposta: endurecendo o combate ao tráfico e à criminalidade no Estado. “Nunca negociamos ou fizemos acordo com alguma facção”, afirmou o governador, que acrescentou: “Estamos derrubando modelos que haviam se instalado e essa é a principal causa para a reação dos criminosos.”
Colombo afirmou que aceitou as vagas em presídios federais oferecidas pelo Ministério da Justiça. “Estamos trabalhando integrados com o Governo Federal. Quarta-feira tenho uma audiência com o ministro da Justiça (José Eduardo Cardozo) e temos conversado por celular desde o início dos ataques”, disse o governador. Raimundo Colombo destacou também que desta vez a inteligência policial conseguiu prevenir uma série de atentados, utilizando a experiência dos atentados realizados em novembro do ano passado. A Capital de Santa Catarina, Florianópolis, está sem ocorrências desde a noite de sábado, 2.
Nos últimos dois anos, o Estado inaugurou seis novas unidades prisionais, somando cerca de três mil novas vagas. No mesmo período, foi realizado o aumento do efetivo da Segurança em 1.566 policiais militares, 729 policiais civis, 754 bombeiros militares e 115 peritos criminais. “É o maior aumento de vagas e de efetivo já realizado na história de Santa Catarina”, explicou o governador sobre os números apresentados.
Também participaram da coletiva o secretário de Estado da Segurança Pública, Cesar Grubba; a secretária da Justiça e Cidadania, Ada De Luca; o comandante da Polícia Militar, Nazareno Marceneiro; e o diretor do Departamento de Administração Prisional, Leandro Lima.
Quando perguntado sobre se o vídeo que mostrava agressões realizadas por agentes penitenciários em Joinville era a causa dos ataques, o diretor do Deap respondeu que é uma soma de fatores. Entre eles, o indiciamento de 13 líderes da facção em inquérito que apurou a morte da agente penitenciária Deise Fernanda Melo Pereira Alves, a prisão de uma advogada nesse mesmo inquérito, a tranferência de um dos líderes da facção e o caso de abuso de autoridade em Joinville, além da intensificação do combate ao tráfico no Morro do Horácio.
“Sem levar em conta esses casos, estamos tendo a temporada de verão – entre 2012 e 2013 – mais segura dos últimos anos. Tivemos o menor número de assaltos e o menor número de homicídios”, afirmou o governador. A secretária Ada de Luca acrescentou que o Estado teve também o seu menor índice de evasão do sistema prisional, que caiu pela metade. O índice de evasão dos presos beneficiados com saída temporária ficou em 4,3% em Santa Catarina no final do ano, um dos menores do país.
Outro número de destaque do sistema prisional nos últimos dois anos foi o aumento dos detentos que trabalham dentro dos presídios. Com mais de 350 convênios firmados, são cerca de seis mil pessoas que estão aprendendo uma profissão para não terem que recorrer ao crime após cumprirem suas penas. Colombo acredita que só assim será possível a verdadeira ressocialização: “Nossos convênios têm uma cláusula que, após o término da pena, a pessoa continue trabalhando na empresa que o empregou por mais um ano. Só nós temos isso”.
Fonte: Secom